sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Em Quarteira



Mais uma semana de trabalho com a disciplina de cinema e quase a acabar o semestre. Nesta escola há 7 turmas, três do sétimo ano e quatro do oitavo. É obra. E pensar que quando começou o ano lectivo não havia nenhuma turma com a disciplina. Afinal, parece que os alunos até aderem e aqueles que tanto denegriram o cinema na escola e o trabalho desenvolvido, devem estar a engolir uns belos sapos. É claro que ainda há muitas arestas a limar, mas o futuro é promissor, principalmente quando vemos os alunos a adquirir conhecimentos, às vezes sem se aperceberem. Aí, sentimos que vale a pena. As turmas do sétimo já têm praticamente o percurso concluído. Começaram com os brinquedos ópticos com resultados acima da média (esta parte quase todos gostam). Com a animação, já deu para ver quem se interessa mais e quem estuda. Como faltam poucas aulas, não vou pôr os alunos a fazer um animatic. Não ia ter grandes resultados. Optei por lhes mostrar algumas animações que de outra forma lhes seriam provavelmente inacessíveis. Foi curioso vê-los a pedir para ver outra vez a “História Trágica com Final Feliz”. Ainda lhes mostrei as “Dimensões do Diálogo” do Jan Svankmajer e até tive algum receio das suas reacções, mas às vezes até parece que não são tão infantis. A maioria identifica facilmente as técnicas de animação, já os autores é mais difícil. Vamos ver na ficha para a semana como se portam.




Quanto ao oitavo ano, estamos a acabar de ver o documentário “A Magia da Montagem no Cinema”. Para mim são grandes aulas porque o documentário está bastante explícito. É pena não haver ainda uma edição em DVD em português (como quase sempre). Mais uma vez, os alunos revelam uma franca aquisição de competências: por exemplo quando conseguem relacionar o plano em que o tubarão se dirige em direcção à câmara no filme do Spielberg, com a “Chegada do Comboio” dos Lumière. Quantos jovens da idade deles o fariam? Depois veio a Montagem Invisível do Griffith e o efeito Kuleshov. Só é pena os alunos ainda terem certas dificuldades quando lhes peço que apresentem reflexões escritas. Mas esse não é um problema exclusivo do cinema, já vem de trás. Neste momento já estou a pensar refazer alguns materiais para o segundo semestre. Ideias não faltam.
Pedro Félix

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