segunda-feira, 19 de maio de 2008

O cinema (já) não faz milagres

Estava neste fim de semana entretido a ler um jornal semanal de grande tiragem quando me saltou aos olhos uma notícia. Trata-se de um "movimento religioso" intitulado Igreja Pentecostal Deus é Amor (!) que incita os seus seguidores a não ver TV ou ir ao cinema. Ao contrário do que tem acontecido na igreja católica que tem perdido fiéis e que, talvez por isso mesmo pretende aderir aos novos meios de comunicação (parece que o Papa irá enviar SMS's aos jovens), a IPDA será aquela que mais tem crescido nos últimos anos em Portugal. Segundo o texto, é a dona do maior templo religioso da América Latina com ... 6o mil lugares e em Lisboa as cerimónias são realizadas no antigo cinema Xénon.

O cinema, logo no seu início começou a ter alguns problemas com o divino quando em 4 de Maio de 1897, 121 pessoas (dos quais 110 mulheres), pertencentes à nata da sociedade parisiense assistiam a uma sessão do cinematógrafo no recém inaugurado Charity Bazaar e morreram carbonizadas. Na época, considerou-se que esta catástrofe seria uma acção de Deus destinada a punir o orgulho que os discípulos do cinema ostentavam, cuja descoberta científica tendia a brilhar mais alto que o universo teológico. Três anos mais tarde, na Exposição Universal de Paris, os irmãos Lumière voltariam a obter sucesso quando cerca de um milhão de espectadores assistiram às sucessivas projecções gigantes do Cinematógrafo numa tela de 25m por 15m.


Ainda segundo a reportagem, um milhão é o número estimado de fiéis da IPDA, distribuídos por 15 mil templos de 70 países. Granda cena!

PF

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