Na escola E.B. 2,3 de Quarteira nº2, no presente ano lectivo, a disciplina de cinema é ministrada a cinco turmas do 7º ano e três do 8º ano. Esta disciplina, apesar de já ser leccionada há alguns anos, ainda necessita de ajustes para que se justifique plenamente a sua inclusão no currículo do 3º ciclo. Haverá mais alguma que trabalhe tão directamente as competências para a literacia mediática e da imagem em movimento? Como está na altura de atingir a sua maturidade, é neste ano lectivo onde se deve fazer uma profunda reflexão do seu percurso, a inclusão de actividades que se considerem pertinentes e a supressão de outras que não estejam a resultar.
Assim, neste estudo, também se deve analisar a recepção dos alunos à disciplina e já se podem obter algumas conclusões. Uma primeira conclusão aponta para a grande receptividade pelos alunos do 7º ano, ao contrário do que tem acontecido com os alunos do ano seguinte - pelo menos na escola de Quarteira. Uma das primeiras justificações tem a ver com os conteúdos leccionados: os brinquedos ópticos e o cinema de animação são obviamente mais apelativos. Mas, ao longo destes anos também tenho reparado que há outros factores que não devem ser ignorados.
Como já foi referido numa mensagem anterior, foi introduzida e experimentada uma nova actividade, mais lúdica, que inclui simultaneamente uma componente de avaliação: "O Jogo do Cinema". Como este jogo já foi aplicado em duas turmas do 7º ano e nas restantes do 8º ano, já podemos então tirar algumas conclusões. As turmas do 7º ano tiveram resultados positivos ao contrário do que aconteceu com as turmas do 8º ano. Estes últimos afirmaram inclusivamente que não se tinham preparado, revelando uma completa desresponsabilização perante as actividades escolares. Importa referir que o jogo apresenta exactamente o mesmo esquema para os dois anos lectivos, variando apenas as questões, de acordo com os conteúdos e as competências trabalhadas nas aulas.
Estes aspectos não podem ser estranhos ao ambiente que se tem vivido nas escolas, que não contribui para uma estabilidade do processo de transmissão de conhecimentos (que antes se chamava ensinar), ou de ensino-aprendizagem, como lhe queiram chamar. A sensação que fica é que mais vale facilitar. Mesmo que os alunos assumam com o maior desplante, que nem sequer se prepararam para uma actividade pretensamente mais atractiva.
Bom, a última anedota é a inclusão de professores reformados num sistema de voluntariado. É que a lógica do voluntariado é demasiado séria para que se brinque com ela. Como é possível que depois de uma guerra aberta aos professores e a uma efectiva promoção da desmotivação, se venha depois solicitar o apoio de professores que em muitos casos se sentem aliviados por poder sair deste sistema? Já não se goza apenas com os docentes, também se brinca com a formação dos jovens. Isto já nem lá vai com jogos.
P.F.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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